domingo, 16 de maio de 2010

Tempo

Fiquei um tempo sem postar algo no Blog. Tempo necessário para atender a apelos internos. Reflexões a serem feitas e decisões a serem tomadas. Foi um tempo psicológico, com repercussões no tempo dito real. Tempo em que, pensamentos, ideias e emoções se transformam em construções do Espírito, que marcam para sempre. Ele, o Espírito, é senhor do tempo, temporariamente submetido ao seu ritmo, em face de sua incipiência. É sempre tempo de criar e recriar; de dizer sim e de dizer não para si mesmo; de olhar e não ver, mas de enxergar e despertar; é tempo do nós e do eu; é tempo de ter tempo para a espiritualidade. Os sem-tempo se perdem, pois desconhecem o prazer de sentir, de amar, enfim, de viver. Perder tempo é fugir do sentir. Querer o tempo que passou é não perceber que se é, e sempre se será, dono de todo o tempo. Mais do que isso, muito importante é preencher o tempo psicológico com as coisas que aquecem a alma e impulsionam o Espírito para o encontro com sua máxima razão de existir. Detenhamos a ociosidade que se transforma em falta de sentido.

4 comentários:

  1. "Perder tempo é fugir do sentir"! Gostei muito dessa sua análise, Adenáuer.
    Também encaro como necessária a fase que denomino de 'ausência criativa', na qual me encontro mais introspectiva, recolhida entre reflexões, menos disposta a me expressar e mais disposta a me encontrar.
    Exteriorizar os sentimentos é bom, mas às vezes basta senti-los.

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  2. Esta semana estudei Wittgenstein num seminário da faculdade, e descobri, pelas palavras dele o gostaria de ter dito quando li seu post, mas não havia encontrado palavras.
    Ele diz que para as coisas as quais a linguagem não é capaz de expressar, melhor é silenciar.Ao menos enquanto gestamos.
    E nestas fases em que nos damos um tempo sentimos coisas que não entendemos ou não sabemos explicar, apenas sentimos e aguardamos que a alma e a mente façam a gestação necessária.
    Como você disse, fugir disto é que seria perder tempo. Tempo precioso para o Espírito, né?

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  3. Olha só, encontrei outro escritor, neste caso poeta, falando sobre o tema:

    "Tem paciência com tudo não resolvido em teu coração e tenta amar as perguntas em ti, como se fossem quartos trancados ou livros escritos em idioma estrangeiro. Não pesquises em busca de respostas que não te podem ser dadas, porque tu não as podes viver, e trata-se de viver tudo. Vive as grandes perguntas agora. Talvez, num dia longínquo, sem o perceberes, te familiarizes com a resposta."

    (Rainer Maria Rilke)

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  4. Obrigado Adenauer, pela sua contribuição com o crescimento de muitos. Penso que utilizamos o tempo para aquilo que acertadamente ou equivocadamente, julgamos ser mais importante.

    "Os sem-tempo se perdem, pois desconhecem o prazer de sentir, de amar, enfim, de viver."

    Paz. Renato de Camaçari.

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